A chegada do homem nas américas

   

  Os debates sobre a chegada do Homem às Américas reacenderam-se quando cientistas britânicos anunciaram no dia 5 de julho 2005 ter identificado as pegadas humanas mais antigas já encontradas no continente americano. Os pesquisadores afirmam que as pegadas descobertas no México devem ter sido feitas há 40 mil anos, muito antes do que se imaginava, indo de encontro à teoria mais aceita de que os primeiros habitantes das Américas aqui chegaram há 11 mil anos, atravessando o estreito que liga a Sibéria ao Alasca. 

   O surgimento do homem americano e o tempo de sua chegada ao continente são mesmo controversos. Até meados do século passado, os achados mais antigos apontavam para o sítio arqueológico de Clóvis, região do Novo México, nos EUA, onde foram encontrados, em 1937, vestígios humanos datados de 11.500 anos.

   Assim, o processo de ocupação do continente americano é um tema que desperta o interesse de vários membros da comunidade científica. A chegada dos primeiros grupos à América é um assunto repleto de novas descobertas, hipóteses e divergências que atingem a curiosidade dos vários profissionais e curiosos interessados por essa questão. Uma das mais controversas questões gira em torno de uma datação mais exata sobre a presença humana nesta região do planeta.

 A discrepância entre os dados é tanta que enquanto algumas pesquisas trabalham com 12 mil anos, outras admitem essa mesma chegada por volta de 60 mil anos atrás. Contudo, apesar de todo o desacordo, é fascinante pensar sobre a desafiadora tarefa que o Homo sapiens moderno teria enfrentado ao se lançar em terras completamente desconhecidas. Como se não bastassem todas essas especulações, temos ainda outro intenso debate sobre a origem dos primeiros grupos que ocuparam a América.


Em geral, existem três hipóteses que tratam a esse respeito. A primeira delas sugere que os primeiros homens americanos teriam surgido na própria América. Apesar de plausível, uma parcela inexpressiva de arqueólogos, antropólogos e paleontólogos acreditam nessa teoria. Tal refutação se sustenta no simples fato de que, até hoje, nunca fora encontrado um único fóssil sequer de hominídeos anteriores ao próprio Homo sapiens no continente.

A mais conhecida teoria de ocupação foi realizada a partir de uma série de pesquisas desenvolvidas no sítio arqueológico de Clóvis, nos Estados Unidos. Segundo essa tese, a ocupação teria acontecido há cerca de 11.500 anos, momento em que a diminuição do nível do mar permitiu emersão de uma faixa de terras que ligaria a Sibéria ao Alasca por meio do Estreito de Bering. Dessa forma, essa teoria defende a ideia que os primeiros ocupantes da América teriam vindo da Ásia.

Durante vários anos essa hipótese foi amplamente aceita na comunidade científica, até que a descoberta de fósseis mais antigos abriu caminho para outra possibilidade. Ao que consta, essa nova teoria se sustenta na presença de fósseis humanos tão ou mais antigos do que aqueles que foram inicialmente descobertos na porção norte do continente americano. A partir dessa constatação, uma incógnita se abriu em relação à hipótese da teoria que explica a chegada do homem pelo Estreito de Bering.

Para resolver essa diferença temporal dos fósseis do norte e do sul, abriu-se caminho para uma nova teoria que supõe que os primeiros homens teriam vindo de pequenas ilhas da Polinésia ou da Oceania. Supostamente, este deslocamento teria sido realizado em pequenas embarcações que possibilitariam a navegação de pequenas distâncias. A sugestão do uso de técnicas de navegação acabou despertando a incredulidade de muitos membros da comunidade científica.