A originalidade da civilização egípcia

A civilização egípcia firmou um Estado teocrático sustentado por um sistema de servidão coletiva às margens do Rio Nilo, Localizado na porção nordeste do continente africano, e Sob o domínio do faraó, os egípcios deixaram uma vasta cultura material e um conjunto de registros sobre seus hábitos e costumes. Mas, antes de alcançar essa caracterização, os egípcios experimentaram outras formas de organização. 


Os egípcios, inicialmente, se organizaram por meio de um conjunto de comunidades nômades chefiadas por um nomarca chamadas de nomos. Mesmo possuindo um líder, as terras dos nomos não possuíam um proprietário. Além disso, a riqueza produzida nas terras era dividida coletivamente. Foi durante o governo do imperador Menés, entre 3200 a.C. e 3100 a.C., que ouvi a unificação dos nomos e o surgimento de um único reino. 


Com essa mudança, os nomarcas foram transformados em funcionários imperiais encarregados de garantir o recolhimento dos impostos e a administração das aldeias e das cidades. O caráter divino do faraó também foi outro importante ponto na consolidação do poder por ele exercido. Sendo considerado um deus encarnado, o faraó tornava-se o líder supremo do Estado Teocrático egípcio. 

A centralização política do Egito não foi de fato uma constante em sua história. Vários episódios de dissolução do Estado podem ser observados durante sua trajetória. Por volta de 2.300 a.C., uma série de contendas internas e invasões deram fim à supremacia do faraó. Nos três séculos subseqüentes os nomos voltaram a ser a principal unidade de organização sócio-política. Esse primeiro período que vai da unificação ao restabelecimento dos nomos corresponde ao Antigo Império. 

Ao fim do século XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graças aos esforços do faraó Mentuhotep II. A servidão coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a construção de vários canais de irrigação e a transferência da capital para a cidade de Tebas. Mesmo sendo um período de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura egípcia, o Médio Império chegou ao seu fim em 1580, com a dominação exercida pelos hicsos. 

A presença estrangeira serviu para que os egípcios se unissem contra a presença dos hicsos. Com a expulsão definitiva dos invasores e a escravidão dos hebreus, temos o início do Novo Império. Nessa época, presenciamos a dominação egípcia sob outros povos. Entre as civilizações dominadas pelos egípcios, destacamos os hebreus, fenícios e assírios. Tal expansão das fronteiras possibilitou a ampliação das atividades comercias durante o Novo Império. 

O Novo Império, considerado o mais estável período da civilização egípcia, teve seu fim com a deflagração de uma série de invasões. Os assírios, persas, macedônios e romanos invadiram e controlaram o Egito ao longo da Antigüidade. Ao longo de mais de 2500 anos, os egípcios ainda foram alvo do controle árabe, turco e britânico. 

No aspecto econômico, a principal forma de organização figurou-se em torno da servidão coletiva. O governo tinha o controle das terras e da distribuição das riquezas nela produzida. Contando com um intenso artesanato, o comércio também foi outra importante atividade econômica no Egito Antigo. 

A organização da sociedade egípcia era visivelmente rígida. O faraó ocupava o topo da pirâmide social, seguido pelos funcionários públicos e chefes militares. No campo intermediário encontravam-se os escribas e comerciantes. Na base do sistema produtivo e social egípcio localizava-se a população camponesa. 

As crenças egípcias giravam em torno da adoração de vários deuses. Muitos deles eram associados a determinadas forças da natureza. O politeísmo egípcio era acompanhado pela forte crença em uma vida após a morte. É a partir desse princípio religioso que podemos compreender a complexidade dos rituais funerários e a preparação dos cadáveres através do processo de mumificação. 

A medicina egípcia apresentava grandes avanços, com a criação de tratamentos médicos e delicadas intervenções cirúrgicas. As artes tinham evidente conotação religiosa. As representações pictóricas costumam falar da trajetória de alguns deuses e a vida de alguns faraós. Na arquitetura e na engenharia a construção de pirâmides, templos e canais de irrigação representaram um grande avanço em tais áreas.